O nascimento de uma potência

“Um estudo recente e conceituado revela que Angola registou o crescimento mas rápido de África, no que à riqueza individual diz respeito. Em apenas 13 anos (2000-2013), a riqueza por pessoa subiu 527%, para se situar agora nos 3.890 dólares.

Segundo a consultora NWW (New World Wealth), apesar de registarem o maior aumento de riqueza per capita no continente africano, os angolanos quedam-se ainda pelo nono lugar na lista dos rendimentos individuais daquele continente. Na África do Sul, por exemplo, o rendimento foi quase o triplo do de Angola, com 11.310 dólares por pessoa. Em jeito de comparação diga-se que nos países mais ricos do Mundo os valores aproximam-se dos 250 mil dólares por ano.

Esta notável performance angolana tem uma importância especial, na medida em que se reflecte também no aumento do PIB (Produto Interno Bruto) do país. Ainda de acordo com o relatório da NWW, entre os anos de 2000 e 2012, Angola exibiu o maior crescimento de África, com uns impressionantes 737%. O PIB per capita disparou de 656 dólares para 5.485 dólares, sendo que este valor inclui os rendimentos gerados por toda a economia.

Se bem nos lembrarmos, há sensivelmente um mês, a mesma consultora divulgou outro relatório segundo o qual o número de milionários em Angola aumentou 68% de 2007 a 2013, sendo agora cerca de 6400. O estudo indica ainda que 3.800 cidadãos angolanos tinham um valor líquido superior a um milhão de dólares em bens (735.000 euros), sem contar com o património imobiliário.

Todos estes dados e relatórios vêm apenas confirmar a dinâmica que Angola imprimiu à sua economia nos últimos dez anos. Aquilo a que se assistiu, e está a assistir, é ao nascimento de uma potência económica em África, como muito portugueses têm testemunhado ‘in loco’. Na verdade, Angola é hoje um dos principais destinos dos nossos emigrantes.

Escondido sob as estatísticas, porém, a realidade é que Angola dá sinais de estar a fazer chegar as suas enormes riquezas às pessoas. O rendimento individual cresce e a economia pula e avança, gerando mais riqueza e consequentemente mais rendimento para os cidadãos. É certo que há ainda muito por fazer, nomeadamente no sentido de encurtar o fosse entre muito ricos e muito pobres, e esse será o desafio do futuro, assim Luanda consiga manter afastado o espectro da guerra civil. Se assim for, temos razões para crer que Angola será a potência africana deste século.

Luís Figueiredo”

@ portugueseindependentnews.com

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